quarta-feira, 20 de abril de 2011

Incenso


Mais uma noite de Sábado chega.
Encontro-me sozinha em meu quarto, com um gosto amargo na boca e soando demasiadamente.
Estou com febre.
Direciono-me até a vitrola. Necessito de música para alimentar minha alma.
Recordo-me de estar ouvindo “Time”,  uma  música do Pink Floyd e uma das canções mais agradáveis aos meus ouvidos.
Acendo um incenso e deito sob a cama meu corpo cansado, contendo uma cabeça já tão congestionada e um coração cheio de marcas e poços.
Adormeci feito uma estátua pálida, acordando somente no dia seguinte, atraída por um cheiro de café forte vindo de dentro do meu quarto.
Sento-me sob a cama e deparo-me com uma xícara de café no chão.
Olho tudo ao meu redor e continuo encontrando-me entregue a mais pura misantropia.
Mas, quem teria me deixado uma xícara de café fresco? Quem teria desligado a vitrola e colocado o vinil do mesmo modo que costumo guardar na estante?
As perguntas ficaram suspensas no ar..
Apenas sinto a triste sensação de sentir meu ser queimar-se aos poucos e transformar-se em cinzas em meio à tantas coisas, feito o incenso que acendi a noite passada.

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