quarta-feira, 6 de julho de 2011

Solidão

Sentiu-se a moça mais uma vez frustrada. . .
Sentia-se como alguém que estivesse conversando com um muro de indiferença.
Quinze anos pareciam-lhe, de um momento para o outro, a idade da eternidade, de anos de sofrimentos inúteis.
A solidão da casa silenciosa facilitava que uma lembrança sucedesse a outra. . .
A culpa é sempre inevitável.
Pela primeira vez na vida, ou quem sabe, por mais uma vez na vida, a moça viu-se inteiramente só.
Irremediavelmente abandonada.
Uma sensação opressiva, sufocante. Desagradável.
A noite fria, a lua desaparecendo atrás das nuvens, aumentava a sensação angustiante de solidão.
Nem a bebida conseguira despojá-la da solidão.
Parece até que essa sensação desagradável apenas aparece por um instante, mas para reaparecer mais à frente, mais forte, mais opressiva, mais impiedosa.
Ela se assustava diante da hostilidade de uns, da recriminação de outros e da indiferença de outros tantos.

Desejava, por mais uma vez, uma única vez que fosse, voltar a ter seus pequenos momentos de epifania. . .

Um comentário:

  1. Naaaaaaaaaat! Que poema LINDO!
    É daqueles que tocam a gente sabe?
    PARABÉNS.

    Se continuar assim, vai ser uma futura 'Lispector' da vida!

    Muito bom mesmo!
    Ah, espero mais poemas viu?!

    ;***

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